Aumento significativo de registros de divórcio durante a pandemia
06/10/2020 às 10:15
Por Bruna Veber
Aumento significativo de registros de divórcio durante a pandemia

A pandemia de COVID-19 afetou não só a saúde e economia mundiais, como também influenciou severamente nas relações afetivas, sobretudo as matrimoniais.

As pessoas tiveram de reinventar e se readequar à nova realidade surgida a partir da pandemia: trabalho em homeoffice, isolamento e distanciamento sociais, cancelamento de eventos de grande porte ou até mesmo o clássico almoço com os pais no domingo, cortes de gastos...

A rotina sofreu grandes mudanças e tal fato impactou diretamente as relações entre as pessoas, especialmente aquelas que residem sob o mesmo teto: agora, passam muito mais tempo convivendo juntas. Fato este crucial para o significativo aumento de pedidos de divórcio registrados durante a pandemia, aliado às incertezas financeiras, desavenças e desgastes que se agravaram durante o maior tempo de convívio mútuo, maior tempo para “reflexão” acerca da relação, entre outros.

Com isto, o Colégio Notarial do Brasil registrou aumento de mais de 8% no número de divórcios formais registrados entre junho a agosto de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado. Os números foram de 19.533 neste ano contra 18.076 em 2019.

O aumento se deve também à maior facilidade de realizar o divórcio extrajudicial (possível quando o divórcio for amigável e não houverem filhos menores/incapazes). Desde maio deste ano é possível concluí-lo sem a necessidade de deslocar-se até o cartório, possibilitando às partes a assinatura por Certificado Digital, no conforto de seus lares.

A influência da pandemia nas relações matrimoniais é confirmada também por dados do Google, que indicam aumento elevado de pesquisas com termos relacionados a “divórcio”, especialmente das palavras-chave como “divórcio online” – que teve aumento de 1.100% em relação ao trimestre anterior à pandemia -, bem como buscas de “como dar entrada em um divórcio” cresceram até três vezes mais que o mesmo período do ano passado.
Fonte: Metrópoles.